FÓRUM PRÓPRIO

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Diante da necessidade de exonerar servidores, Maranhão se depara com dilema e fica na linha do trem entre a lei e a eleição


Governador tenta se explicar e encontra dificuldades em agradar a gregos e troianos
Governador tenta se explicar e encontra dificuldades em agradar a gregos e troianos

Anteciparam um debate que para o governador José Maranhão, candidato à reeleição, só tinha sentido de ser após as eleições. Tanto que em menos de 24 horas o governador foi obrigado a dizer duas coisas sobre o mesmo tema para agradar a todos e acabou sem dizer nada direito.
 
Primeiro, o governador declarou que teria que atender à reivindicação do Ministério Público Estadual, que vem cobrando a exoneração de servidores não efetivos em favor da contratação exclusivamente dos concursados. Disse que faria isso em “respeito ao Ministério Público”.
 
E, especialmente, pela necessidade legal de adequar a folha de pessoa do Estado aos limites de gastos estabelecidos pela Lei De Responsabilidade Fiscal.
 
Causou pânico entre os 36 mil servidores que entraram pela via da canetada no governo.
 
Ao perceber o abalo, à noite, Maranhão enviou nota às redações tentando remendar. Segundo ele, as “decisões do Ministério Público da Paraíba (MP-PB) se cumprem, mas também são passíveis de questionamento, através dos instrumentos legais”.
 
Disse isso sem lembrar, talvez, que o procurador geral do Estado, Edísio Souto, prometeu em seu nome não recorrer contra decisões favoráveis aos concursados.
 
O remendo, portanto, carece de cola da boa. Maranhão e sua equipe econômica sabem da necessidade de atender ao Ministério Público. Especialmente em razão às exigências da LRF e, por tabela, para desonerar o gasto com pessoal e aumentar a margem de investimento do Estado. Além da necessidade de dar cartaz aos concursados.
 
Mas Maranhão e sua equipe política sabem que anunciar demissões à beira de uma eleição é o mesmo que parar o carro na reta da bandeirada para tirar os pneus. Tanto que o governador foi obrigado a dizer que vai contratar os concursados, mas manter os não efetivos.
 
Como, se a folha já está inchada? Quem vai acreditar que o governo pode suportar uma folha com todos os concursados e ainda os não efetivos? Mais do que ninguém, foi Maranhão que ensinou a Paraíba a impossibilidade de servir a dois senhores.
 
Por força da lei ou da eleição, alguém será enganado.
 
 
Luís Tôrres

2 comentários:

  1. Seria muito bom se o Excelentíssimo governador lembrasse que os concursados também votam.
    O que ele quer na verdade é comprar votos; o que todos nós sabemos que é proibido por lei.

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  2. Com certeza! Mas, acredito que a esta altura do campeonato a população já saiba que "não se pode agradar a dois senhores ao mesmo tempo"... O jeito é rezar e ter fé...

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